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segunda-feira, 12 de março de 2012

Cristo é para nós…


CRISTO É PARA NÓS...

 

I Coríntios 1

 

01. O que Jesus Cristo é para você? O que ele representa para você, em sua vida?

02. A Bíblia, a Palavra de Deus, fornece-nos uma quantidade enorme de informações sobre o que Jesus Cristo representa para os homens. Não o que os homens, individualmente, dizem com seus lábios sobre essa questão, mas o que ele de fato representa.

03. Para alguns, Jesus não representa boa coisa não, ainda que estes professem o contrário. Querem ver?

 

“Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.  E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina;  e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.” (1 Pedro 2:6-8 RC)

 

04. Porém, para outros, Jesus representa algo extremamente glorioso. Só aqui nesse primeiro capítulo de I Coríntios, encontramos:

 

“Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.” (1 Coríntios 1:24 RC)

 

 “Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”  (1 Coríntios 1:30-31 RC)

 

05. Poder de Deus, Sabedoria, Justiça, Santificação e Redenção.  Isso é o que Cristo é para nós, e é sobre isso que estaremos considerando nesse estudo.

 

I. PODER DE DEUS

 

01. No Novo Testamento encontramos algumas palavras diferentes, mas que podem, todas elas, serem, no português, traduzidas por uma mesma palavra: “poder”. Vejamos[1]:

a.    dunamiz (dúnamis) Indica obras poderosas (milagres). É encontrada mais de cem vezes em o Novo Testamento.

b.    exousia (Exousia) Indica poder como autoridade para realizar alguma coisa. Também aparece cerca de cem vezes em o Novo Testamento. Um bom exemplo é este: “Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado...” (João 19:11 RC)

c.    kratoz (Krátos) – Poder no sentido de domínio, força. Aparece 12 vezes em o Novo Testamento.

 

02. Paulo, aqui em 1 Coríntios 1, usa o termo dúnamis para se referir a Cristo como sendo o Poder de Deus.

a.    Cristo crucificado, ainda que pareça loucura para alguns, é o poder de Deus em ação para operar o milagre da salvação.

b.    Paulo, em Romanos 1.16, diz que o evangelho de Cristo é o poder (dúnamis) de Deus para a salvação de todo aquele que crê.

c.    Aprouve a Deus salvar os homens pela loucura da pregação (v. 21), e o conteúdo dessa pregação é Cristo crucificado (v. 23), e Cristo crucificado é o poder de Deus em operação para efetuar o milagre da salvação.

d.    Rejeitar a Cristo é o mesmo que rejeitar o milagre de Deus, a salvação que ele oferece.

e.    Nada além de Cristo pode realizar esse milagre, muito menos a sabedoria humana.

03. Uma determinada pessoa, de nome Kling, citada por Champlin em O N. T. Int. Vers. por Vers., comenta:

 

“Enquanto os judeus indagavam como é que uma pessoa crucificada e maldita poderia ser o Salvador de Israel, como alguém tão destituído de força poderia ser capaz de derrubar todos os poderes hostis, e enquanto os gregos julgavam absurdo a salvação da parte de alguém que tivera um fim tão miserável, por outro lado, os escolhidos de Deus, experimentam e confessam que é do Redentor crucificado que se origina o poder divino, o poder da vida e da paz celestiais, bem como um poder renovador, santificador, beatífico, como não poderia ser encontrado em coisa alguma pertencente à criatura.” [2]

 

04. Cristo é o poder de Deus. Somos salvos porque Cristo é o poder de Deus que operou esse milagre em nós.

 

II. SABEDORIA DE DEUS

 

01. O que vem a ser ‘sabedoria’?

02. Esta é uma boa pergunta, e complicada também.

03. Filósofos, como Platão, Aristóteles, Spinosa e outros, fizeram suas considerações, e cada um falava uma coisa diferente. Juntando tudo o que eles disseram talvez tivéssemos uma boa (e grande) definição.

04. De uma maneira geral podemos pensar em sabedoria como sendo conhecimento, mas também como sendo a capacidade de aplicar corretamente esse conhecimento.

05. Nas palavras de Champlin,

 

“Ter sabedoria é pensar bem e agir bem em qualquer empreendimento realizado, seja secular ou espiritual” [3]

 

06. Quando Paulo diz então que Cristo é para nós a Sabedoria de Deus, uma das coisas que ele está querendo dizer é que em Cristo Deus revelou a Sua sabedoria, pois Deus planejou salvar o homem em Cristo, e teve a capacidade de fazer com que esse seu plano fosse executado.

07. Desde a eternidade Deus já havia decretado que salvaria o homem mediante seu Filho, o Cristo A mensagem bíblica como um todo nos passa essa idéia. As profecias acerca deste propósito divino vêm desde Moisés. Mas o texto abaixo é bastante revelador:

 

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.  Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,  que Ele tornou abundante para conosco em toda a sabedoria e prudência,  descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,  de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;” (Efésios 1:3-10 RC)

 

08. Deus decretou desde a eternidade, e depois Ele foi colocando em prática o seu planejamento.

a.    O Filho de Deus encarnou, desenvolveu seu ministério entre nós, morreu, ressuscitou ao terceiro dia e foi exaltado à mão direita do Pai.

b.    Tudo isso estava designado de antemão e foi cumprido à risca, e é assim que Cristo revela a Sabedoria de Deus.

c.    CRISTO É PARA NÓS A SABEDORIA DE DEUS.

d.    A mensagem do Cristo crucificado pode ser uma insensatez para alguns, mas para nós, os que cremos é o Poder de Deus e a Sabedoria de Deus.

 

Tudo quanto os homens podem conhecer acerca da verdadeira sabedoria, precisam conhecê-la em Cristo; pois, para os homens, Cristo é a sabedoria de Deus. A sabedoria de Deus é demonstrada do Seu plano, relativo à redenção da humanidade, plano esse que concretiza algo que a sabedoria sob hipótese nenhuma poderia concretizar. E a palavra ou mensagem da cruz é o tema central dessa sabedoria. Por igual modo, essa sabedoria é a única que permanecerá de pé sob o teste do juízo divino. Através da sabedoria de Deus é que o mundo inteiro pode ser potencialmente salvo. Tudo isso pode parecer um escândalo, uma insensatez e uma pedra de tropeço para os homens, mas Jesus Cristo é a própria personificação da sabedoria de Deus. A grande verdade é que a sabedoria de Deus, que tantos homens reputam como insensatez, é mais sábia que a sabedoria humana [4], porquanto cumpre aquilo que o engenho humano está impossibilitado de fazer. Mas esse cumprimento só se verifica no caso de homens humildes, que reconheçam sua ignorância espiritual; pois Deus dá iluminação espiritual a esses, mas resiste aos soberbos. Sim, Cristo é a verdadeira sabedoria de Deus, fazendo violento contraste com a falsa sabedoria humana.” [5]

 

III. JUSTIÇA[6]

 

“Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Coríntios 1:30 RC)

 

01. Existe uma doutrina bíblica conhecida como a “Doutrina da Justificação”.

02. De uma maneira bem simples a Justificação pode ser entendida como sendo a atitude de Deus em conceder ao homem que crê em Cristo uma nova posição diante d’Ele: a posição de justo.

03. Vários textos da Palavra de Deus nos dão conta disso. Eis alguns:

 

“E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.” (Atos 13:39 RC)

 

 “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” (Gálatas 2:16 RC)

 

 “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19 RC)

 

 “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado,  como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.  Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.  Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.  A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;  cuja boca está cheia de maldição e amargura.  Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.  Em seus caminhos há destruição e miséria;  e não conheceram o caminho da paz.  Não há temor de Deus diante de seus olhos.  Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.  Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.  Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas,  isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.  Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,  sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,  ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;  para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:9-26 RC)

 

04. Vê-se também, por esses versículos, que a justificação se dá logo em seguida à conversão. O homem crê em Jesus (se converte), e então ele é declarado justo por Deus, independente de qual seja o seu caráter.

05. Mas não para por aí. Se assim o fosse, se Deus não fizesse que a justificação resultasse em algo mais, se a justificação não levasse a uma vida de retidão, seria algo no mínimo estranho. A fé não é substituta da retidão; a fé, pela qual somos justificados, necessariamente leva também à retidão. Portanto, nesse ato de Deus estão envolvidas:

a.    A remissão da Pena – Qual é a pena para o pecado? Veja os seguintes textos:

 

“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:16-17 RC)

 

 “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.  Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei.  No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.” (Romanos 5:12-14 RC)

 

 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6:23 RC)

 

                                  i.    Por esses textos e outros mais vemos que a pena para o pecado é a morte, na seguinte ordem: a) espiritual; b) física e c) eterna.

                                ii.    Quando o homem crê em Cristo, e, consequentemente, é justificado por Deus, ele é livre da pena, no que diz respeito à morte espiritual e eterna:

 

“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus...” (Romanos 8:1 RC)

 

 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.  Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Romanos 8:33-34 RC)

 

 “Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.  E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.” (Atos 13:38-39 RC)

 

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16 RC)

 

 “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:18 RC)

 

b.    A restauração ao favor divino – A Justificação proporciona ao homem que crê em Cristo a certeza de sua aceitação diante de Deus, a certeza de que agora Deus é a ele favorável. Isso ela faz porque está baseada não em alguma coisa de nós mesmos, mas na obra redentora de Cristo Jesus.

 

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (João 3:36 RC)

 

 “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça... sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” (Romanos 1.18 e 5:9 RC)

 

“Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31 RC)

 

 “...Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados...”     (2 Coríntios 5:19 RC)

 

c.    Imputação da justiça – É assim que Deus nos restaura ao favor. Não fomos justificados porque Deus encontrou alguma justiça em nós que possibilitasse a que, por nossos próprios méritos, estivéssemos de pé diante d’Ele. Foi-nos imputada a justiça de Cristo. Isso ocorre pela fé. Não há obras para isso. Como diz o nosso texto base, “... Jesus Cristo... para nós foi feito por Deus... justiça...”.

 

d.    A Justificação conduzirá, necessariamente, a uma vida de retidão – Ainda que a justificação possa ser vista com algo separado da Santificação, como dizem a maioria dos teólogos protestantes, certamente que quando Deus justifica alguém seguir-se-á a esse ato, necessariamente, a transformação do caráter, a transformação moral. O Espírito de Deus estará operando, necessariamente, essa obra na vida do crente. Veja os seguintes textos:

 

“Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo.” (Filipenses 1:6 RC)

 

 “...Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,  para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,  para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Efésios 5:25-27 RC)

 

 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14 RC)

 

 “...eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência...”       (1 Pedro 1:2 RC)

 

 “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.  E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Romanos 8:29-30 RC)

 

 “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.” (1 Ts 4:7 RC)

 

06. O Cristo crucificado, então, pode ser um escândalo para alguns, e uma loucura para outros, mas para nós que somos salvos

a.    é o poder, o dúnamis de Deus que operou o milagre da nossa salvação;

b.    é a manifestação da sabedoria de Deus que planejou e soube como efetuar o plano para a nossa salvação;

c.    e é a nossa justiça. Nós não temos justiça própria, Cristo é a nossa justiça.

                                  i.    É nele que somos perdoados,

                                ii.    é nele que somos libertos da pena do pecado,

                               iii.    é nele que somos justificados,

                               iv.    é nele que somos salvos,

                                v.    é nele que somos aceitos diante de Deus,

                               vi.    é por ele que temos acesso a essa graça,

                              vii.    é por ele que Deus se tornou favorável a nós;

                            viii.    e é só por ele; não há outro meio.

 

“... Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,  estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),  e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;  para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.  Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.  Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:4-9 RC)

 

 “...por ele... temos acesso ao Pai...” (Efésios 2:18 RC)

 

 “...ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus,  pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hebreus 10:19-20 RC)

 

IV. SANTIFICAÇÃO

 

“... Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus... santificação...” (1 Coríntios 1:30 RC)

 

01. Jesus Cristo para nós foi feito santificação! Mas, o que significa isso?

02. Langston, ao desenvolver, em sua teologia sistemática, o tema santificação, começa dizendo:

 

“O grande propósito de Deus em estabelecer o Seu reino entre os homens é conseguir duas coisas: primeiramente, estabelecer uma relação vital entre Si mesmo e o homem; segundo, produzir no homem um caráter que esteja de acordo com esta nova relação existente entre os dois” [7]

 

03. Com essas palavras Langston está mostrando a verdade de que o termo santificação na Bíblia tem um duplo sentido.

a.    Significa consagração ou dedicação a Deus, o que implica no estabelecimento de uma relação entre o homem e Deus[8],

b.    mas também significa um processo de transformação ética, o que é expressado por Langston como sendo a produção de um caráter em acordo com a nova relação estabelecida.

04. Isso é bastante evidente na Bíblia. Várias vezes encontramos o apóstolo Paulo se dirigindo aos crentes como santos, dando a entender uma posição que eles possuem. Veja por exemplo o versículo 2 de 1 Co. 1 e o versículo 7 de Romanos 1:

“à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Coríntios 1:2 RC)

 

“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 1:7 RC).

 

05. Mas os que possuem essa posição precisam progredir em santificação, e progredirão, necessariamente. Veja os seguintes textos:

 

“Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.” (Romanos 6:19 RC)

 

 “Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.” (Romanos 6:22 RC)

 

 “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.” (2 Coríntios 7:1 RC)

 

 “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição,  que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1 Ts 4:3-4 RC)

 

 “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.” (1 Ts 4:7 RC)

 

 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14 RC)

 

06. Deus, em Cristo, santificou para Si um povo. A esse povo Deus, por Cristo, através da atuação do Espírito Santo, está santificando. E isso é maravilhoso, porque o ato do Espírito, tornado possível pelo Cristo crucificado, de operar a santificação, é o ato que torna possível ao homem entrar no reino de Deus. Sem a santificação ninguém verá o Senhor!

07. Em o livro “A Conquista Divina”, A. W. Tozer diz algumas coisas bem interessantes e profundas. Dentre elas quero citar duas aqui, que julgo preciosas para esse tópico de nosso estudo. Ao comentar sobre o fato de que o evangelho em nossa vida não deve chegar apenas em palavra, mas também em poder, poder transformador, Tozer diz:

 

“A mensagem cristã retamente entendida significa isto: o Deus que pela palavra do Evangelho proclama livres os homens, pelo poder do Evangelho de fato os faz livres” [9]

 

“A mensagem do Evangelho é, pois, a mensagem de uma nova criação em meio a uma antiga, a mensagem da invasão da nossa natureza humana feita pela vida eterna de Deus e a substituição da velha natureza pela nova. A nova vida captura a natureza do homem de fé e se dedica à sua benévola conquista, conquista que não é completa enquanto a vida invasora não tiver tomado posse total e não tiver emergido uma nova criatura. E este é um ato de Deus, sem ajuda humana, pois é uma milagre moral e uma ressurreição espiritual.” [10]

 

08. A mensagem do Cristo crucificado pode ser uma loucura para alguns e um escândalo para outros, mas para nós, o Cristo crucificado foi feito por Deus a nossa santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.

 

V. REDENÇÃO

 

“... Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus... redenção” (1 Coríntios 1:30 RC)

 

REDENÇÃO

 

Libertação (Sl 111.9).

 

1) No AT, Deus, o REDENTOR, liberta o povo de situações de cativeiro (Is 43.14), sofrimentos (Jr 14.8), morte (Jó 19.25), pecado (Is 44.22; 59.20).

2) No NT, Deus, por meio do pagamento de um preço, isto é, a morte de Cristo na cruz, compra para uma vida de nova liberdade a pessoa que era escrava do pecado e da LEI (Mc 10.45; Rm 3.24; Gl 4.5; Ef 1.7). Essa redenção será completada no final dos tempos (Rm 8.21-23). [11]

 

01. O termo redenção indica nada menos que o resgate que nos livra do pecado; e também fala da totalidade de nossa salvação em Cristo, incluindo todos os seus aspectos.Cristo é o Redentor, e o seu ato redentor foi a sua morte na cruz. Por esse ato redentor de Cristo, aquele que crê tem a sua alma reconduzida a seu lar e destino apropriados, tendo sido restaurada de todo o seu desvio. A alma humana se acha em estado de servidão ao pecado (e consequente perdição), até que é restaurada por Deus. [12]

02. Veja os seguintes textos:

 

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24 RC)

 

“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” (Efésios 1:7 RC)

 

 “em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Colossenses 1:14 RC)

 

 “o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos...” (1 Timóteo 2:6 RC)

 

 “nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” (Hebreus 9:12 RC)

 

03. Cristo é para nós redenção. Não importa o que as pessoas pensem e digam do Cristo crucificado, é ele quem efetua a redenção, e se elas quiserem ser redimidas terão que ir a ele.

 

CONCLUSÃO

 

01. Tudo se resume no seguinte:

a.    A salvação do homem depende da operação do poder e da sabedoria divinas;

b.    o homem, não pode ver o reino de Deus em estado de injustiça e se não passar pela transformação moral que é a santificação, e, pior, ele não encontra nele mesmo nada que possa lhe fazer justo e santo;

c.    o homem está perdido sob a escravidão do pecado, necessitando ser redimido.

d.    O homem está caminhando a passos largos para a perdição eterna.

e.    Mas há um, um só, que pode salvá-lo: o Cristo, mas o Cristo crucificado!

02. Que loucura não?

03. É o que muitos acham.

04. Mas é justamente o Cristo crucificado que foi feito para nós:

a.    O Poder de Deus;

b.    A Sabedoria de Deus;

c.    Justiça;

d.    Santificação e           

e.    Redenção.

 

05. “... a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” (1 Coríntios 1:18 RC)

06. “... os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;  mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.  Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.  Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1 Coríntios 1:22-25 RC)

07. “... vós sois (nós somos) dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Coríntios 1:30 RC)

 

Pr. Walmir Vigo Gonçalves



[1] Informações extraídas do volume 7 (dicionário) da coleção O A. T. Interpretado Versículo Por Versículo, de R. N. Champlin, editora Candeia, e de A Bíblia Online 2.01 da SBB

[2] KLING – Citado por R. N. Champlin em O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, volume 4, décima reimpressão, São Paulo – SP, Editora Candeia, 1998.

[3] CHAMPLIN, R. N – O Antigo Testamento Interpretado: Versículo Por Versículo: Dicionário – M-Z / Volume 7. Primeira edição – São Paulo – SP, Editora Candeia, 2000.

[4] Para Nicolau de Cusa, citado por Champlin no volume 7 (dicionário) de O A. T. Int. Vers. por Vers., a sabedoria humana não passa de uma ignorância informada.

[5] CHAMPLIN, R. N. - O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, volume 4, décima reimpressão, São Paulo – SP, Editora Candeia, 1998.

[6] Foram usadas, para este tópico, as seguintes fontes de consultas: - O Evangelho da Redenção, de Walter T. Conner, 2ª edição – JUERP; /   - Palestras Em Teologia Sistemática, de Henry Clarence Thiessen - IBR;  /  - O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo, volumes 3 e 4, de R. N. Champlin, 10ª reimpressão – Candeia.

[7] LANGSTON, A. B. – Esboço de Teologia Sistemática, 11ª edição, Rio de Janeiro: JUERP, 1994. 305 p.

[8] No A. T. não só pessoas, mas coisas e lugares também eram santificados a Deus.

[9] TOZER, A. W. – A Conquista Divina, 2ª edição, São Paulo – SP: Editora Mundo Cristão, Julho de 1987

[10] Ibid.

[11] Dicionário Bíblico Almeida, em A Bíblia Online versão 2.01 - SBB

[12] CHAMPLIN, R. N. – O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo, volume 4: I Coríntios – Efésios. Décima reimpressão, São Paulo: Editora Candeia, 1998.

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